15.12.05

Pela Mesma Razão de Sempre - PORTUGAL

Quem viu no olhar do povo
todos os mares que se inventaram
quem deu os passos certos
na hora mais incerta,

quem sempre nos deu voz
e nunca foi calado
quem soube ser como nós
e sempre esteve ao nosso lado

e sempre resistiu
e sempre enfrentou
quem nos quis roubar
a liberdade

refrão

com os que partem, com os que voltam,
com os que sempre aqui estiveram,
pela mesma razão de sempre:

com os que partem, com os que voltam,
com os que sempre aqui estiveram,
pela mesma razão de sempre:

quem sempre aqui esteve
e sempre aqui se fez ouvir
quem sempre nos deu força
sem nunca desistir

quem sempre nos deu voz
e nunca foi calado
quem soube ser como nós
e sempre esteve ao nosso lado

e sempre acreditou
e sempre soube unir
para conquistar
a liberdade

refrão

com os que partem, com os que voltam,
com os que sempre aqui estiveram,
pela mesma razão de sempre:

com os que partem, com os que voltam,
com os que sempre aqui estiveram,
pela mesma razão de sempre:
Portugal.

13.12.05

O EXTERMINADOR IMPLACÁVEL...


O Exterminador Implacável... do Cinema para a Realidade.
Infelizmente temos situações destas. Quando a ficção se torna realidade.

Schwartznegger, Governador da Califórnia é hoje reponsável por um crime fora das telas.

Nas suas mãos estava a possibilidade de indultar um condenado à morte e não o fez, sujando de sangue as suas próprias mãos e convertendo-se mais uma vez, naquilo a que chamo Assassino Legal.

O Homem hoje executado foi fundador dos Gangs de de Rua de Los Angeles e acusado de assassinar quatro pessoas.

O condenado, Williams, sempre negou a autoria dos crimes. Já no corredor da morte torna-se um importante defensor e difusor da não violência, chegando mesmo a escrever livros para crianças e chegou mesmo a ser indicado para Prémio Nobel da Paz.

Schwartznegger, o Herói do Cinema torna-se assim no Vilão da Realidade...
Schwartznegger...o Assassino Legal.

12.12.05

Recordar a Herança Cavaquista

Cavaco e o Poder Local

A Assembleia Constituinte em 1975, construiu uma árvore de organização do estado que, genericamente, se mantém até hoje. Ao poder local, constitucionalmente consagrado através das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, foi-lhe dada a possibilidade de construir governos locais não-dependentes do poder central; eleito num acto próprio, financeiramente independente e com políticas definidas localmente. Mais próximos das populações em geral, entendia-se que os autarcas poderiam responder melhor às exigências locais das populações e envolver o povo (na altura dizia-se assim...), nas decisões estruturantes do sítio no qual vivia. Mas a Cavaco essa coisa "do povo decidir" sempre lhe fez confusão e com a sua necessidade de secar quem lhe está à volta, em 1987 (DL 384-87 - Regime dos Contratos - Programa de Cooperação entre a Administração Central e Local) e 1988 (DL 363-88 - Condições de Concessão de Auxílio Financeiro às Autarquias Locais), fez aprovar na Assembleia da República um regime jurídico de financiamento das autarquias que as castrou da independência financeira necessária.Ora estas leis não tolhendo directamente os direitos constitucionais, diminuiram substancialmente as verbas do Estado para as autarquias, instituindo um poder local totalmente dependente dos licenciamentos. De uma forma ainda mais clara, estas leis fizeram com que os elencos camarários sejam obrigados a promover os licenciamentos de novas construções para deste modo conseguirem pagar as despesas de funcionamento interno das Câmaras.Foram estas leis de Cavaco, que construiram e continuam a construir o território nacional, mais do que qualquer regulamento, plano ou documento na área do Ordenamento do Território. A partir de 1988, na primeira vaga de Planos Director Municipal, constata-se que todos os concelhos têm espectativas de aumentar os seus índices de construção e, designadamente de habitação. Sucede o patético; os planos passam a prever um Portugal para 60 milhões de habitantes.Cavaco não precisava de ter a maioria dos concelhos nas mãos, pois entregava-os às construtoras, imobiliárias e aos grandes grupos económicos.


in http://cavacoforabelem.blogspot.com/

4.12.05

O bicho papão

Era uma vez o menino Mário, o menino Jerónimo, o menino Francisco e o menino Manuel.
Um dia estes meninos decidiram brincar aos chefes, mas cada um deles queria ser o chefe principal, aquele que mandava nos outros chefinhos todos, e então começaram a ficar todos muito irritados, porque nenhum deles deixava o outro ser o chefe.
Então tiveram uma ideia, cada um deles iria dizer porque deveria ser chefe:
O menino Francisco começou a dizer que ele é que deveria ser o chefe, porque só ele iria deixar os outros serem felizes: "Vocês vão puder ler muito e conversar. Vou deixar-vos dizer tudo o que pensam e até podem fazer o que vos der na real gana, desde que não prejudiquem os outros.".
O menino Jerónimo disse: "Eu deveria ser chefe, porque comigo não há chefes!"
Os outros ficaram admirados: "Não há chefe? Então porque queres ser chefe?"
O Jerónimo respondeu: "Eu seria chefe para garantir que ninguém era mais chefe do que o outro! Comigo sentavamo-nos todos em volta da fogueira e cantavamos e decidiamos em conjunto o que fazer! Comigo é assim: todos unidos!!!"
O menino Manuel não ficou convencido e disse:
"Regresso
E contudo perdendo-te encontraste.
E nem deuses nem monstros nem tiranos
te puderam deter. A mim os oceanos.
E foste. E aproximaste.

Antes de ti o mar era mistério.
Tu mostraste que o mar era só mar.
Maior do que qualquer império
foi a aventura de partir e de chegar.

Mas já no mar quem fomos é estrangeiro
e já em Portugal estrangeiros somos.
Se em cada um de nós há ainda um marinheiro
vamos achar em Portugal quem nunca fomos.

De Calicute até Lisboa sobre o sal
e o Tempo. Porque é tempo de voltar
e de voltando achar em Portugal
esse país que se perdeu de mar em mar."

Então o menino Mário disse: "Ó "Manel" eu já ando cá há muito tempo não tenho tempo para isso. Sou o mais velho e por isso já tou habituado a orientar as nossas brincadeiras, por isso eu é que devo ser o chefe. Além disso, e por causa disso, sou o que tem mais conhecimentos e sei fazer as coisas!"
Depois de cada um ter dito porque deveria ser chefe, não chegaram a conclusão nenhuma, e começaram a barafustar cada um para seu lado, em monossílabos, gestos e acenos de contradição. De vez em quando um exaltava-se e outro respondia. Amuados seguiram juntos, (mas distantes o suficiente para não se tocarem) para casa.
Pelo caminho ouviram uma voz, calma e segura,
-"Quem és tu voz?" - perguntou o menino Mário
E todos tiveram medo quando ela lhes disse:
-"Nem vos vou dar Cavaco!"