8.7.05

Referendo IVG

Brilhante a análise de Vital Moreira.

Ainda bem que termina com reticências, três pontinhos e só três, que nos permitem acrescentar:

- O PSD não quer o referendo da IVG, pela razão simples de que não pretende alterar a lei que pune as mulheres, violando a sua consciência e cortando os seus direitos;

- Para o PSD esta é uma questão politica. Exclusivamente politica. O PSD olha para o dossier da IVG sem olhar para as mulheres que são diariamente vitimas de uma lei retrógada e castradora dos seus direito;

- O PSD tem nesta matéria o "rabo preso" e inexplicavelmente parece continuar a temer o seu anterior (actual/futuro, não se compreende bem) parceiro de coligação CDS/PP;

- O PSD, maior partido da oposição é hoje em matéria de direitos fundamentais como a IVG, um Gigante refém de um Partido menor mas sempre importante, porque afinal é isso que importa à direita (mesmo que impreparada) , para chegar ao Poder;

Enquanto as lógicas casuisticas de poder se sobrepuserem à verdadeira essência do Poder, que deve ser o trabalho e a execução das ideias em prol da Sociedade, reinar no PSD nunca este coseguirá ser verdadeiramente um partido Humanista.

Esta é uma matéria que a JS deve continuar a tratar com responsabilidade e com a noção de que o mais importante são as Mulheres e os seus direitos.
Mais do que a noticia do dia, mais do que a imagem de uma organização. Este é o tempo de a JS assumir a MULHER e os seus Direitos como Bandeira.

Basta de hipocrisias...
Vamos dar as mãos e lutar pela IVG e pelas Mulheres.

10 comentários:

Ana João disse...

eu sou contra o aborto! mas num referendo votaria "sim" pelo simples(ou não tão simples) facto de atribuir ,a decisão de fazer ou não fazer, à consciência de cada um!!
O corpo é das mulheres, os filhos não são só delas, são deles também!
Existe a pilula do dia seguinte, que já é quase tida como anticonceptiva (onde é que isto já se viu??). o meu medo é que o aborto seja tido como algo que é fácil de conseguir ( não se entenda fácil de fazer)
Bem...quanto a fazer agora um referendo sobre o aborto sou contra...o país, os cidadãos têm mais com que se preocupar...tipo IVA de 21%...e nesta altura o refernedo só vai fazer gastar dinheiro ao país...e não querendo afirmar que o "NÃO" ganhe, digo que vai andar "ela por ela".

Pedro Sá disse...

Por essa ordem de ideias também não se faziam eleições já agora ! DUH ! Decisões políticas são muito mais importantes que a economia !

Mas o problema do PSD é outro. É que treme de medo dos campanários.

Anónimo disse...

claro que as decisoes politicas são importantes!! mas nesta altura nãoa cho que o referendo sobre o aborto seja prioritário!

j´´a basta o referendo para a constituição europeia...já alguém se lembrou de explicar em que consiste exactamente??

Bruno Veloso disse...

Efectivamente a prioridade, em si mesma, não é o referendo...mas sim a alteração da lei que viola os direitos das mulheres e as pune criminalmente.

A dignidade humana deverá estar acima de qualquer lei, neste aso não está...Altere-se a lei.

Por principio..."direitos fundamentais não se referendam"...mas se conferir dignidade e direitos às mulheres tem que passar por referendo...então referende-se JÁ!

Anónimo disse...

continuo a achar qeu o referendo não vai permitir a alteração da lei, mas também não vejo a AR a alterar...por isso que o referendo sirva com informação daquilo que o cidadão pensa e para que os grupos de pressão ( a favor do aborto)sosseguem, isto é, deixem de pressioanr o governo!

claro que eu sou a favor de um referendo sobre o aborto, mas insisto na ideia de que não deveria ser feito já!!
os direitos fundamentais salvaguardama vida humana não é assim?

Bruno Veloso disse...

Algumas notas a saber:

• Uma resolução do Parlamento Europeu, de 1990, na qual
convida os Estados-Membros a garantir às mulheres “o direito
de escolha entre a maternidade ou a interrupção de uma
gravidez indesejada”;
• As conclusões da Conferência Internacional das Nações Unidas
sobre a População e Desenvolvimento, realizada no Cairo em
1994 e subscritas pelo nosso governo de então que consideram
o aborto ilegal e sem segurança um dos mais graves problemas
de saúde pública da actualidade;
• A Plataforma de Acção resultante da Quarta Conferência das
Nações Unidas sobre as Mulheres (Pequim, 1995), cujo artigo
96º tem a seguinte redacção: “Os direitos humanos das
mulheres incluem o direito de controlar e decidir livre e
responsavelmente sobre todos os assuntos que dizem respeito
à sua saúde sexual e reprodutiva...”;
• Mais recentemente, o relatório do Parlamento Europeu sobre
Saúde Sexual e Reprodutiva, recomenda que a Interrupção
Voluntária da Gravidez seja legal, segura e universalmente
acessível, a fim de salvaguardar a saúde das mulheres e exorta
os governos dos Estados-Membros e dos países candidatos à
adesão a abster-se, em quaisquer circunstâncias, de agir
judicialmente contra mulheres que tenham feito abortos ilegais.

Anónimo disse...

não me vou pronunciar contra isso, até porque não ha razões para o ser...é evidente que a mulher não deve ser vista como uma "máquina" de ter filhos mesmo que não queira, e que tem e deve ter controlo sob o seu corpo, deve puder escolher... mas uma gravidez não inclui só a mulher!
as situações de violação, deficiência, perigo para a mãe já estão contempladas na lei. além disso existem contraceptivos...é certo que também existem acasos, existem descuidos...ha a pilula abortiva e a responsabilidade!
A única coisa que eu acho que nesta altura não faz sentido é o referendo:
primeiro, acho que devia ser uma decisão da AR: a consulta ao cidadão não terá muito cabimento num país preso a principios de ordem religiosa e moral mais do que consciencia.
segundo: a altura não é a indicada, as pessoas estão demasiado absorvidas pela situação economica e o referendo não deve servir de distracção.

Zeferino Ferreira disse...

Parecem-me lógicas as ideias aqui deixadas neste post, mas eu iria talvez por outro lado, por outras questões. Quer a JS fazer um referendo a toda a força?...pelo que tenho visto parece que sim...nada mais errado, este é um assunto que tem de ser discutido na sociedade portuguesa com elevação, fora de lógicas partidárias, e nesse sentido nunca poderei concordar com um referendo em 2005, é totalmente inviável. Esta é uma matéria demasiado sensivel para ser tratada de qualquer forma. Estará por outro lado a JS preparada para uma verdadeira campanha de informação?...neste momento parece-me qie não, continua escondida a tràs de um denominado plano de emancipação jovem, que sinceramente ainda não percebi bem o que é, o que pretende e como se pretende ver executado, tantas perguntas que o secretário geral se tem mostrado incompetente para responder. Mas mais esconde-se a trás disto e da dita esquerda dentro da esquerda, para não ter de falar do que é realmente importante. Julgo que o importante se encontra naquele triangulo estratégico defendido pela actual federação de Leiria, educação - emprego - habitação. Nesta matéria pouco tenho ouvido, proposta da Nacional, pouco mais que "zero". Aqui está o cerne do desenvolvimento jovem, aqui estão as bandeiras da JS. Mas mais a JS é jovem, e enquanto jovens devemos dar o exemplo, novos principios politicos, isso sim, como sejam a transparência, a credibilidade, a coerência, a dedicação, em suma aquilo que gosto de chamar uma politica de intervenção e actuação.
Termino mais uma vez deixando a ideia basilar de todo o desenvolvimento, a que alguns já denominaram a menina dos meus olhos, "A Regionalização", onde anda ela nestas discussões, esquecida?, adormecida?, meus amigos a resposta a muitas das perguntas dos jovens está nesta reforma essencial.

Nota Final: Porque os conheço a quase todos, e reconheço méritos a todos recomendo que todos em conjunto façamos um reflexão sobre a forma de realizar oposição à estrutura Nacional, será esta a forma adequada?...parece-me que não é esta a melhor forma de actuação. Em suma não temos uma estrutura nacional, mas diga-se em abono da verdade que também temos muito pouca oposição

Anónimo disse...

Não vejo o problema do aborto como um problema intrínseco às mulheres mas que se estende a toda a sociedade.
De facto, fisicamente é dentro delas que é gerado o ser humano, são elas que durante cerca de nove meses "carregam com o filho na barriga", mas não fica lá "ad eternium".
O problema é que se uma criança não é desejada pelos progenitores, sejam quais forem os motivos, quando nascer não vai ter os mais elementares direitos que lhe assistem: amor e dignidade. Provavelmente vai ser abandonada, vai para um orfanato (mal menor) ou é criada contra vontade com todos os malefícios que daí podem advir.
Citando os 2 principais mandamentos do cristianismo - "Amai a Deus sobre todas as coisas" e "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" - dos quais decorrem os outros 8, constatamos que é necessário amor na vida e se ele for o núcleo dela, não roubar, não matar, ..., são ditames desnecessários de relembrar.
Com isto não quero dizer que defendo a IVG mas, a sua despenalização é necessária como forma de equidade entre ricos e pobres e, como forma de acautelar uma sociedade melhor sem as misérias que se lhe reconhecem.
P.S.: Proponho que o referendo seja agendado para um feriado civil por forma a evitar os comícios de Domingo de manhã, que tolhem o cidadão de expressar a seu voto em consciência. Briosa

Anónimo disse...

O Jorge Sampaio afinal também não quer.

Lá-se vai o argumento dos campanários.