Para quando notícias?
Habituei-me a ler no Decido, passivamente, absorto de quaisquer contributos, visões socialistas jovens, acutilantes, intransigentes, não amorfas, solidárias … Aqui bebia a informação (e opinião) que não obtinha nos meios de comunicação e informação.
Consulto quase diariamente quatro blogs. Este é um deles.
Sendo eu, provavelmente, do espectro de leitores assíduos do Decido, o que menos argumentos tem para reclamar (porque posso postar sem o fazer) puxo pelos galões, que não tenho, e questiono… para quando notícias? No último post, o Alexandre Santos (que não conheço), termina com …“Mas não da crítica, e do verdadeiro combate político, já que este opera pela exclusão”. Aceita este elogio Alexandre, concordante, que resulta em crítica, onde andam as ditas (críticas) e o combate político verdadeiro do Decido?
Não faltam assuntos para debater. Lanço um. O anacronismo político da direcção da Juventude Socialista, a meu ver entenda-se. Ao desprezar a maior das batalhas (a que tento persuadi-los a abraçar novamente aqui no Decido) da informação, a JS permite o engrandecimento da desigualdade inter-pares enquanto se procura antecipar o estádio de desenvolvimento do país, na tentativa ganhar meses em lutas que, legítimas e importantes, de vitória futura garantida, não são as mais significativas. Soa, para quem observa externamente, a tentativa de encontrar uma bandeira própria, como foi (e ainda é) a IVG para precedentes direcções da Juventude Socialista Nacional. Para nós, e os ainda mais jovens, no mundo actual do paradigma de inovação e conectividade, a maior desigualdade prende-se com o acesso ao conhecimento (capacidade de interpretar) e à informação (falta do que interpretar). Esta é, simultaneamente, a nossa arma nesta batalha. Vivemos uma sociedade globalizada e competitiva, de direitos adquiridos, de lobbies intransigentes na tentativa de manutenção de um status quo favorecedor, penalizando e subserviendo, indubitavelmente, aqueles que ainda não adquiriram quaisquer direitos... nós!
Olhar o futuro, promover a mudança, defender alto e claro quais são as nossas pretensões para um futuro que é nosso! Não da esquerda dentro da esquerda. Sim a esquerda plural e consciente. Lato sensu, a nossa luta devia ser minorar a ignorância e o desconhecimento (armas do Estado Novo). Pela igualdade. Através da informação.
Corro o risco de estar a construir uma crítica biunívoca, de me acusarem de anacronismo estratégico…. Não me preocupo. Afirmo-o com convicção, cabal, que fundamento nas diferentes experiências profissionais, académicas, cívicas e políticas (menos), que vivi e vivo em Portugal e no Estrangeiro. Defendo uma estratégia, de igualdade no conhecimento e pelo conhecimento, contrariamente aquilo que me parece ser, generalizadamente, desígnio da cúpula nacional da Juventude Socialista.
Não me revejo na tentativa de obtenção do epíteto de 5º, 6º ou n-ésimo país a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, revejo-me na educação. Dotar a juventude de informação, via educação e formação, mobilidade, multiculturalidade, é preparar bem a juventude e o futuro, é garantir que o assunto supra-citado, ou qualquer outro, será defendido ou bloqueado pelos jovens socialistas, não por carneirismo ou imposição de alguns privilegiados, mas sim por convicção própria.
Observando a realidade portuguesa, os desafios (complexos) com que nos deparamos e não podemos menosprezar, em particular a circunstância da nossa economia, vejo-me forçado a re-hierarquizar objectivos, sem esquecer a educação, a concentrar esforços no primeiro emprego. Particularmente, no primeiro emprego qualificado.
Não pretendo arrogar-me de possuir soluções sobre alguma das preocupações que referi, menos de saber como está internamente a Juventude Socialista. Por isso, o mais provável é não escrever novamente aqui no Decido. O meu propósito é que vocês voltem a postar para que eu possa estar informado (objectivo nada altruísta reconheço).
Que tal sobre a
Estratégia de Lisboa e o Plano Tecnológico ou sobre as nossas promessas
Eleitorais nas legislativas de há um ano atrás.
Preciso deste blog activo… mais agora (desde Setembro) que vivo com nuestros hermanos.
Cumprimentos e bons posts
Guilherme