29.8.05

Eutanásia


Uma das partes mais nobres e importantes da Constituição é o seu Título II -Direitos,Liberdades e Garantias.

TÍTULO II
Direitos, liberdades e garantias

CAPÍTULO I
Direitos, liberdades e garantias pessoais

Artigo 24.º(Direito à vida)
1. A vida humana é inviolável.
2. Em caso algum haverá pena de morte.

Artigo 25.º(Direito à integridade pessoal)
1. A integridade moral e física das pessoas é inviolável.
2. Ninguém pode ser submetido a tortura, nem a tratos ou penas cruéis, degradantes ou desumanos.

A vida Humana é salvaguardada mas e a morte? O direito à morte? Se temos direito a exigir qualidade de vida não teremos direito a exigir qualidade de morte?
Não quero sugerir a ideia de morrer quando se quer, porque ninguém nasce quando quer, mas sim a ideia de que podermos decidir a forma de morre quando o sofrimento é uma constante fisica e psicologica.
Falo-vos da Eutanásia.
A palavra eutanásia tem origem no vocábulo grego, formado de "eu" que significa a boa e "thanatos" que significa morte, resultado de tal expressão: "boa morte" ou "morte piedosa, serena". E não é isto que todos queremos, já que ninguém consegue evitar o inevitável?

A Cosntituição fala em tratos degradantes relativos à integridade pessoal. Pergunto-vos: a integridade pessoal está aqui relacionada com a interferência de terceiros...mas as doenças não podem ser vistas como terceiros para cada um de nós?
A morte pode ser degradante e ainda que natural ao ser vivo, pode ser desumana, na justa medida do sofrimento que causa.
E tudo isso pode ser evitado, porque há meios para ajudar as pessoas que conscientemente (e sublinho conscientemente) peçam a eutanásia, uma morte voluntária, consciente e eficaz!
Eu poderia falar agora na morte assistida, em que, sob olhar atento de um médico, os actos de reanimação não são feitos e os processos de medicação são gradualmente retirados ao doente até que este sofra um colapso fisico sem dor...
Sem dúvida que esta é uma optima solução, mas isto só poderá ser feito em casos de morte inevitáveis... mas e os casos de pessoas que ficam acamadas anos e anos e que se mantêm perfeitamnte lúcidas e conscientes do seu estado? Que resposta dar a esses casos qeu sobrevivem graças a máquinas?
Viver dessa forma não é degradante??
Afinal a quem devemos a vida, não é a nós mesmos? (Não quero entrar em religiões, falo de forma geral.) A quem devemos as escolhas? As acções? A morte? Quem sai prejudicado ou beneficiado?
Relembro, que deve ser uam decisão tomada de forma consciente pelo doente, nunca deixada em testamento, sempre acompanhada por psicologos e médicos assistentes.

Que me têm a dizer?

16 comentários:

Anónimo disse...

Só um pormenor...

As actividades de Praxe que são exercidas em Universidades e afins, violam o 25º artigo da constituição. Muito Obrigado pela atenção.

E já agora... Concordo plenamente na descriminalização da eutanasia.

Anónimo disse...

temos um anti-praxe!! :)
mas concordo algumas praxes violam o art.25º, sem dúvida, costumo dizer que são praxes militarizadas e isto leva-nos a outro assunto a tropa.
diga-me lá...as actividades que lá fazem (além de praxes) também não violam muitas vezes o art.25º??? e esão sobre a alcada do Governo!! :)

Anónimo disse...

Não sou anti-praxe. Alias quem se considera anti-praxe está de facto a reconhecer legítimidade ao mesmo.
:-D

Anónimo disse...

e por isso mesmo é anti praxe...anti a forma como se praxa!

Anónimo disse...

Wow GREAT BLOG!

Anónimo disse...

Sejamos claros e racionais.
Ser anti a forma como se praxa,
não é o mesmo que,
ser anti-praxe.

R. disse...

eu concordo com a eutanasia porque acho que uma pessoa que esteja acamada dez quinze vinte anos merece escolher. E aquilo, com certeza não é vida. Estar numa cama ligado a uma maquina para conseguir respirar, sem poder comer por meios normais nem fazer absolutamente nada para alem de pestanejar.. acho que isso não é vida. Como tal eu acho que seja justo estas pessoas poderes escolher o seu destino.

Anónimo disse...

caro anonymous entendo essa posição, aliás compreendo a lógica...e concordo! :) acabei por ser clara e racional!

A.S. disse...

a Praxe, pese a sua importância académica quando bem exercecida (que nem sempre acontece,com os abusos de conhecimento público), é e sempre será ilegal do ponto de vista juridico.

Anónimo disse...

"A praxe (...) é e sempre será ilegal do ponto de vista juridico." Alexandre Santos.

Bem dito.

A.S. disse...

ERRATA:exercecida deve ler-se exercida

Anónimo disse...

A praxe, quando bem exercida, é e será sempre positiva para os estudantes. Quando mal será negativa para os estudantes porque a mesma é denegrida e porque se perdem todos os benefícios que da sua boa prática podem advir.
Entre os benefícios relevo em 1º lugar a integração mais fácil para o jovem que chega a um meio desconhecido, que através do motivo da praxe, conhece mais rápidamente colegas mais velhos e do mesmo ano que o podem ajudar no futuro.
Em 2º lugar relevo o factor disciplinador e de respeito (mútuo) pelas ordens académicas. Eventualmente, será pela ausência de uma praxe correctamente exercida que as universidades de hoje se assemelham mais a um liceu grande, que a elas próprias. A grande maioria dos alunos concentra-se em pequenos grupos isolados dos outros, não respeita os professores (alguns deles também têm de se dar a ele) e muito menos colegas. As posturas dentro e fora das salas de aulas, são infantis, desprovidas de qualquer sentido de localização, alheias aos problemas da comunidade que os envolve, só entrando de quando em vez nas festas académicas. Por isso, PRAXE SIM, DESRESPEITO NÃO.

Em relação à entanásia, cuido ser uma questão que levanta 2 problemas fundamentais. O 1º é moral, normalmente conexo com o credo individual - que temos de respeitar - e que por essa razão é sempre difícil discutir racionalmente.
O 2º é de ordem técnica. Quando, como e quem é que avalia a necessidade desta prática? A eutanásia é praticada quando se detecta a irreversivilidade do estado vegetativo ou da vontade do doente, após 1, 2, 5, 10 ou 20 anos? Como é que esta é avaliada? Através de diagnósticos médicos, da vontade do doente, da família ou do estado? Quem é que decide? É o médico, o doente, a família ou o estado?
Todas estas perguntas são de resposta sempre difícil mas, gostaria de deixar uma nota final: O ser humano tem direito à vida, esta tem de ser respeitada e deve ser de qualidade; como a morte é um dado adquirido pela natureza, também faz parte dela - é o seu fim.

Um abraço a todos,
Briosa

Anónimo disse...

O Caro anonymous com um texto enorme e desnecessário lista os seguintes benefícios da praxe:

1. a integração mais fácil para o jovem que chega a um meio desconhecido

Concordo totalmente e apoio sempre a facilidade de integração dos caloiros. Mas digo, afirmo e repito quantas vezes for preciso... A praxe não é a melhor forma de o fazer. Basta que cada pessoa ajuda por sua iniciativa os alunos que nos rodeiam. Certamente não é este benefício que justificará a existencia da praxe... adiante.

2. o factor disciplinador e de respeito (mútuo) pelas ordens académicas.

Ora aqui está a pólvora. Disciplinando a carneirada. A praxe como estrutura organizada serve sim para encher os bolsos a alguns quando os alunos estão todos encaminhados no rebanho.

Eu defendo a liberdade e vontade livre individual acima de tudo.

Conto-vos agora uma história. Estava eu a passar por um corredor da minha faculdade, enquanto dois alunos, que eu desconhecia, estavam a consultar um horário qualquer, e manifestavam alguma confusão e dúvida. Aproximei-me e perguntei ao par se eles eram de facto caloiros, se precisavam de ajuda. Eles hesitaram e olharam um para o outro. Por medo e não respeito, repito... por medo e não respeito, mentiram e disseram que não eram caloiros e que estava tudo bem.

É para isto que serve a praxe, na sua missão disciplinadora das massas estudantis? Se não houvesse a instituição praxe (que eu considero um micro-exemplo de como funciona uma ideologia de extrema direita ou neo nazi numa população confusa, e hesitante mas cheio de vontade), provávelmente teria feito ali dois amigos, que mais tarde confirmei que eram de facto caloiros.

Vocês que são jovens politicamente atentos, sigam o meu concelho...
Sejam coerentes nas decisões que tomam e nas posições que defendem em tudo na vida.

Anónimo disse...

Caro Anonymous,

Em 1º lugar, se considera o comentário é "enorme" deveria ter em atenção que apenas metade dele se refere à praxe, a 2ª parte limita-se a comentar o post inserido neste blog sobre a Eutanásia.
Em 2º lugar, concordo consigo na parte do desnecessário uma vez que, se o tema do post não é a praxe, não me parece correcto estarmos a escrever sobre ela.

Em todo o caso, penso que lhe devo uma resposta.
A sua visão parcial de extrema esquerda (segundo me parece pela sua aversão ao respeito, ordem e disciplina que, nas doses correctas são a base de funcionamento de 1 sociedade saudável e, mais ainda, por considerar a opinião alheia desnecesária), leva-o a associar uma prática académica secular à extrema direita ou Nazismo.
Deixe-se disso, a política não é para aqui chamada.
Agora em relação à praxe, não vejo o porquê de acabar com uma brincadeira construtiva. Se alguém estorquir o caloiro em nome da praxe, não está a praxar condignamente e sequer tem honra para o fazer.
Fui caloiro e fui praxado, dr. e praxei. Nunca fui maltratado ou espoliado na primeira situação e, também nunca pratiquei semelhantes actos enquanto agente activo, antes pelo contrário. Situações houve em que eu e outros colegas levamos caloiros para cafés ou bares e pagamos a conta entre deles entre nós. Além disso, o nosso grupo sempre tomou atenção às condições físicas e psiquicas dos caloiros, porque o objectivo não era massacra-los mas sim, que todos se divertissem.`
É lógico que inicialmente os caloiros tinham receio, pelo que não se apercebiam imediatamente do que estava a acontecer mas, passados poucos dias, já compreendiam que a brincadeira não eram eles mas, também era para eles.
Assim, respeito que não goste da praxe - eventualmente terá tido experiências negativas enquanto caloiro, que deram forma a este pensamento -, é um direito seu. Contudo, como em muitos casos na vida, o mal ou o bem não está na actividade por si mesma, mas em quem a pratica.

Cumprimentos.
Briosa

Anónimo disse...

Por acaso não sou de extrema esquerda.
Abomino o communismo e considero-me um centrista ligeiramente à esquerda.
A minhã opinião pessoal sobre a praxe não tem muito a ver com experiencias negativas mas sim uma conclusão minha perante o que tenho observado ao longo de 6 anos como estudante universitário.
Os meus comments foram apenas desabafos perante um comportamento "mainstream" instalado na sociedade portuguesa que sinceramente não consigo compreender, a par de tantas outras.

Willespie disse...

Acho absolutamente fundamental a liberalização da Eutanásia, sempre que ela seja uma decisão ponderada, de pessoa adulta e mentalmente capáz, tendo consultado a sua família e afins. É um assum particular que deve ser discutido no seio de uma família.

Sendo assim, um governo não tem NADA que meter o seu nariz em tal assunto.